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Vida na calçada
CADA VIDA UM HISTÓRIA


 

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Historias das ruas...

Por que eu não saio da rua?

"Eu sei que a rua não é um bom lugar para se morar, principalmente nos dias de frio e de chuva.

A disputa por pontos melhores para dormir é grande e muitas vezes sai até briga por um pedaço de calçada ou papelão.

A rua tem um lado bom, aqui você é visto pelo que você é, não pelo que você tem, na verdade aqui ninguém tem nada, então os relacionamentos são por afinidade ou empatia, nuca por interesse.

Aqui não temos compromissos com o tempo e as horas, aqui ninguém manda dormir ou acordar, aqui não tem tributos impostos ou contas para pagar.

Não tenho conflitos de família, aqui as brigas são mais simples de resolver.

Vivemos um dia de cada vez, não temos projetos, nem sonhos, acho que já deixei de sonhar a muitos anos.

Bebo sim, não muito, só para espantar a solidão.

O Faísca é meu melhor amigo. Tudo que eu ganho de comida eu divido com ele. Ele dorme comigo e me acorda quando tem perigo.

Já me ofereceram ajuda, me convidaram para sair da rua, ir para um abrigo, mas como eu vou deixar um amigo, o meu melhor amigo.

Se não tem lugar para ele, também não tem lugar para mim, é simples assim. Então só vou para qualquer lugar se o Faísca for comigo, por que um amigo de verdade não abandona seu amigo.

Relacionar-se com uma pessoa ela vai te ensinar muito mais do que nossos livros acadêmicos de Serviço Social, Antropologia ou
Sociologia.
 

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Historias das ruas.

Hoje quando parei para abastecer o carro em um posto de gasolina na AV Brasil um morador em situação de rua me chamou atenção.

 

Ele estava embaixo de uma marquise e seu espaço era muito ajeitadinho, arrumado e limpo

Como eu costumo andar com alguns cobertores no carro eu fui oferecer um para ele e bater um papo, queria conhecer ele e saber um pouco da sua historia de vida.

Sai da quele lugar com uma grande lição que quele professor das ruas de forma simples mais cheia de experiencia tinha acabado de me dar, eu sempre aprendo muito com meus amigos das ruas mais hoje foi incivil;.

Meu nome é Ricardo, eu moro na rua há 7 anos, fiz das ruas minha casa.

Não bebo, não fumo e gosto de arrumar meu cantinho, faço do meu pequeno espaço minha casa, eu sempre arrumo tudo, minha cama está sempre arrumada.

Sua casa é onde você mora, não importa se é um apartamento na Barra da Tijuca ou um simples cantinho na rua.

 

 

Historias das ruas...

Meu nome é Paulo, tenho 49 anos e estou morando nas ruas a 5 anos.

 

Sou filho único e não tenho família, meus pais já morreram.

Eu conheço muitos lugares no Brasil e no mundo, já morei na Itália e Portugal, falo italiano e um pouco de inglês.

Eu estou nas ruas depois de ficar desempregado e

para piorar minha vida eu sofri um atropelamento, o carro não parou e hoje faço tratamento no hospital público.

Eu sobrevivo da ajuda das pessoas, mas poucos param para conversar comigo. Muitos só deixam a comida e vão embora, outros deixam a comida e oram mas não sentam para trocar uma ideia.

A solidão às vezes é maior que a fome.

Se puder me ajudar com material de curativos, eu ficaria muito agradecido.

Obrigado pelo cobertor.

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Historias das ruas...

Meu nome é Roberto, mas não sou o Roberto Carlos. kkkk

Estou nas ruas há mais de 5 anos. Tenho uma casa, mas ela fica fechada. Venho para rua porque me falta comida, apesar que, o que eu ganho vendendo material reciclável não da para comprar muitas coisas.

Nas ruas, a probabilidade de fazer mais de uma refeição por dia é grande, pois os irmãos da igreja sempre trazem algo para gente comer.

Eu não consigo emprego, pois já estou muito velho e sem forças. Eu não sou aposentado, pois pouco paguei o INSS.

Tenho um filho, mas não sei por onde anda, pois perdemos o contato e minha esposa já é falecida.

As ruas, às vezes, me faz bem, me tira da solidão que vive a me acompanhar todos os dias.

Bebo sim, só um pouquinho, mas é para esquecer um pouco da vida que vivo.

Obrigado pela conversa, se quiser vir outra vez aqui, sempre estou por aqui.

E obrigado pelos presentes.

Mais uma história das ruas.

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